O presidente da Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação (FUNDE),
Lourenço do Rosário, considera que a nomeação de Moçambique, pela União Africana,
como campeão do programa de gestão de riscos de desastres naturais, representa um
desafio no sentido de o País continuar a investir na resiliência das suas infraestruturas,
com vista à fazer face às mudanças climáticas.
Este posicionamento foi feito, quarta-feira, 07 de Dezembro, pelo presidente da FUNDE,
durante a abertura da conferência sobre Mudanças Climáticas, organizada pela FUNDE,
em parceria com a Universidade Politécnica, com o apoio da Fundação Aga Khan e da
Fundação La Caixa, esta última representada pela Infanta Dona Cristina da Espanha.
Na ocasião, Lourenço do Rosário referiu que o debate, que contou com a participação
de parceiros da iniciativa, visava fortalecer as organizações da sociedade civil e contou
com a participação do ambientalista Jorge Moreira, como orador principal, cuja
dissertação incidiu sobre as “Sincronicidades Climáticas”.
“A indicação de Moçambique como um país resiliente, pela União Africana, significa um
reconhecimento, por parte desta entidade, aos países fustigados pelas mudanças
climáticas, podendo liderar o programa que define as actividades, que se enquadram no
programa 2063”, disse o presidente da FUNDE.
Importa referir que participaram, igualmente, no evento, através do painel subordinado
ao tema “Mudanças climáticas e o ciclo da água: As expressões a nível local”, os
oradores Barnabé Alexandre Fondo, do Fundo Mundial da Natureza (WWF), Domingos
Estêvão Tete, da empresa Cervejas de Moçambique (CDM) e Agostinho Vilankulos,
chefe do Departamento de Recursos Hídricos, na Direcção Nacional de Gestão de
Recursos Hídricos (DNGRH).
Na sua intervenção, Agostinho Vilankulos, apontou que enquanto o País se prepara
para uma maior resiliência é preciso temer os desastres microclimáticos,
nomeadamente as tendências e as causas.
“Nós estamos localizados numa região de risco. Há pouca investigação nas academias
em Moçambique com relação ao clima. Estudos mostram que a tendência de
Moçambique é o aumento da precipitação e a diminuição da produção se a temperatura
não for contida. Deste modo Moçambique poderá ficar numa situação de 100% de
insegurança alimentar, caso continue a registar variações de temperaturas”, explicou o
orador.