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Ciclo da água polariza debates

A FUNDE promoveu, nos últimos anos, acções de sensibilização da sociedade sobre a necessidade de conservação da biodiversidade, com o objectivo de aumentar a eficácia e a sustentabilidade, em resposta aos principais desafios do desenvolvimento.

Com efeito, a instituição realizou dois eventos de referência, nomeadamente a conferência sobre as Mudanças Climáticas e o Ciclo da Água e o debate público sobre as Mudanças Climáticas e o Ciclo da Água: Rios que Fluem – Espinha Dorsal das Áreas de Conservação.

Ao realizar o primeiro evento de referência, a fundação pretendia contribuir para elevar a sensibilidade de docentes e estudantes para a relevância e imprescindibilidade de conhecimento sobre as matérias relacionadas com as mudanças climáticas e a gestão e uso de recursos naturais, sobretudo para o confronto com as realidades locais e os desafios que se impõem a todos os envolvidos no processo de desenvolvimento.

Com debate sobre a Espinha Dorsal das Áreas de Conservação, a finalidade era de aprofundar sobre a sensibilidade das entidades de gestão de áreas de conservação e a sociedade no geral, sobre a importância dos rios e se estes foram tomados em consideração no desenho e declaração das áreas de conservação, sobre o papel que desempenham na prestação de serviços ecossistémicos essenciais para a manutenção da biodiversidade e a promoção do desenvolvimento, sobre a relevância de mapeamento actualizado dos ecossistemas de rios, como instrumento de gestão das áreas de conservação e sobre a necessidade de harmonização de interesses entre as várias partes, bem como a necessidade da participação de todos na co-gestão das bacias hidrográficas.

“Um dos nossos objectivos é tentar disseminar a informação contida em estudos antigos, que descobrimos na nossa procura de informação, e que, apesar de serem antigos, muitas vezes continuam actuais. Por outro lado, queremos dinamizar o espírito de debate e de procura de informação e investigação dentro da própria instituição e criar interesse entre docentes e estudantes”, sustentou Anabela Rodrigues, Co-Fundadora do Centro de Educação Ambiental e Biodiversidade da FUNDE.

O que o centro tem estado a fazer, segundo explica, é convidar pessoas abalizadas em determinadas matérias, para fazer apresentações sobre conteúdos de estudos realizados e organizar os temas que são apresentados para convergirem numa determinada mensagem e objectivo.

Deste modo, a fundação realizou o primeiro evento de referência que permitiu estabelecer o enquadramento dentro das mudanças climáticas. A referida conferência contou com a participação de dois funcionários do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), que fizeram parte da equipa que efectuou o estudo ao nível da África Austral.

“Não se trata de um estudo muito recente, mas continua a ser válido. Depois fizemos o estudo sobre uma experiência mais prática, que tem estado a ser implementado pela WWF, no Umbeluzi, e que originou o interesse em desenvolvê-lo, na medida em que houve uma situação de seca e racionamento de utilização da água e de abastecimento, naquela região, entre 2015 e 2020”, lembra.

O referido estudo revelou problemas sérios que estavam a acontecer nas zonas do Umbeluzi e do Incomati, ocorreu uma invasão de plantas aquáticas, que impediam a circulação da água, absorvendo o oxigénio da água, causando impactos negativos muito sérios, como a morte de peixes.

“A WWF retirou as plantas para permitir o fluxo da água. Mas, o estudo identificou também a origem de outros problemas que afectam a qualidade da água, relacionada com a produção agrícola de maior intensidade. Constatou-se que, muitas vezes, a água não era devidamente tratada, razão pela qual carregava consigo poluentes.

Em relação ao segundo evento de referência, o centro decidiu olhar especificamente para a forma como os rios são geridos dentro das áreas de conservação. O debate incidiu sobre um estudo recentemente feito sobre a Reserva Natural de Chimanimani, onde foi identificado o número de rios secundários, que alimentam a bacia do Rio Buzi.

“A particularidade de Chimanimani é que a maior parte desses rios nasce dentro da própria reserva, numa área onde as nascentes dos rios podem ser protegidas. É um estudo que tem muita informação sobre o que se passa com esses rios secundários.  Na realidade, o estudo foi feito para medir até que ponto os utilizadores da água estão dispostos a pagar uma taxa, porque a quantidade de água fornecida a várias indústrias e processos de produção é fundamental para a própria sobrevivência desses processos”, afirma Anabela Rodrigues.

A taxa seria usada para a conservação do recurso, que estava a ser afectado, devido à desflorestação nas zonas da encosta, originada pelos processos agrícolas que concorrem para o assoreamento dos rios.

Outro estudo objecto de debate incide sobre a reserva do Niassa, para a qual, em 2004, foi desenhado um plano de maneio, que contemplava um programa de zoneamento. Trata-se de uma área de conservação com um plano de zoneamento que foi determinado pelas bacias principais e secundárias dos rios Lugenda e Rovuma, incluindo todos os rios secundários, que criam sub-bacias, o que significa que cada unidade de zoneamento da reserva, corresponde a uma pequena bacia hidrográfica.

“Esta situação tem impactado positivamente na forma como se faz a gestão da reserva do Niassa. Daí que chegamos à conclusão que dentro das áreas de conservação os rios não estão a ser tratados com a devida relevância. Muitas vezes, os problemas que existem à volta dos rios são mencionados nos planos de maneio. Entretanto, não constam nos respectivos planos de maneio os orçamentos a serem disponibilizados, nem actividades previstas para se fazer a conservação dos rios ou a correcção de problemas detectados”, conclui.

Importa destacar que o terceiro evento de referência está previsto para o próximo ano, devendo abordar a problemática do abastecimento da água.

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